Dra. Regina Cioffi

A violência contra a mulher é um ciclo perturbador que permeia muitas vidas, causando dor e sofrimento silencioso. É nosso dever romper esse ciclo e oferecer às vítimas a esperança de um futuro livre de violência.

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER É UM CICLO E É NOSSO DEVER ROMPÊ-LO

É possível que você conheça alguma mulher vítima de violência doméstica que, por mais visível que seja seu sofrimento, não consegue se desvincular do agressor. É revoltante e parece incompreensível; há até quem julgue a vítima. Mas a verdade é que a violência contra a mulher é algo mais profundo do que parece ser, e os agressores têm métodos para perpetuar a violência. Conhecer o ciclo e saber identificar as etapas pode ser o primeiro passo para o combate à violência.

Ao contrário do que muitas vezes se imagina, o ciclo da violência começa como uma lua de mel. Tudo parece perfeito, e o agressor faz com que a mulher se sinta a mais especial de todas; é quando ele age para aprisionar a vítima. Isso, no entanto, só fica claro no próximo estágio, a tensão. Ele começa, geralmente, com críticas sutis e pouco depois explode por quaisquer que sejam os motivos, fazendo a vítima se sentir culpada pelo comportamento que ele tem.

É aí que as coisas pioram. Tudo passa a ser motivo para desavenças, e a agressão vem junto com a negação de que ela existiu. Os episódios de violência acontecem sob a justificativa de que a grande culpada é a vítima, e o agressor só se defendeu: “ela é louca, não foi bem assim, ela está exagerando” são justificativas comuns.

Há um ponto importante que impede que o ciclo da violência seja quebrado: a impunidade. São pouquíssimos os casos de violência que chegam a receber uma denúncia formal, e ainda é comum que nenhum tipo de punição seja aplicada ao agressor. Isso faz com que ele se sinta seguro para perpetuar as situações de violência. Ele pede perdão, finge uma lua de mel e pronto: inicia um novo ciclo.

A pergunta que faço é: o que nós podemos fazer para romper esse ciclo? Enquanto vereadora, são muitas as respostas possíveis. É preciso elaborar diferentes ações, que atuem por diferentes caminhos, para que possamos garantir que cada vez mais mulheres se libertem do ciclo de violência.

O controle do pânico, por exemplo, agora é lei em Poços de Caldas e auxilia mulheres em situação de risco assistidas pelo Programa de Proteção à Mulher a pedirem ajuda quando se sentirem ameaçadas. O dispositivo deverá possuir uma ferramenta de localização e gravação de áudio, ligados automaticamente com o acionamento.

Onde procurar ajuda? 

Em Poços de Caldas, a Santa Casa é o hospital referência em casos de violência sexual. No caso de violência física as vítimas podem ser atendidas em qualquer unidade de saúde. Psicólogos e assistentes sociais atendem vítimas no Núcleo da Mulher do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS). Para ter acesso aos serviços, basta ir até a sede na Rua Laguna, 820, Jardim dos Estados, de segunda a quarta-feira, das 8h às 19h, e às quintas e sextas-feiras, das 8h às 18h. Os telefones para contato são 3713-6216 e 3697-2626. Além disso, há o Disque-Denúncia:

  • 180 Central de Atendimento à Mulher
  • 100 Denúncias sobre casos de violência
  • 190 //  2101-1955 Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica da Polícia Militar 3697-2626 CREAS

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *