A vereadora Dra. Regina se movimenta contra o recebimento de mais de mil toneladas de lixo radioativo no Planalto de Poços de Caldas, que teria como destino a INB (Indústrias Nucleares do Brasil) em Caldas. Na sessão da Câmara dos Vereadores dessa terça-feira (31), a parlamentar apresentou um requerimento para realização de uma Audiência Pública que reúna todos os responsáveis pela tomada de decisão para que se discuta outro destino possível para os rejeitos nucleares.
Na tribuna, Dra. Regina destacou que a promoção da audiência seria importante para que se encontre um meio eficaz para impedir que o lixo radioativo chegue até a região, uma vez que um decreto datado dos anos 2000 que proibia a entrada de rejeitos em Minas Gerais foi considerado institucional, uma vez que a gerência desses assuntos passou a ser da União.
“Nós estamos diante de uma grande luta, que precisa de mobilização, de união entre Poços, Caldas e Andradas. O prefeito e os vereadores também estão se mobilizando em Caldas e nós vamos ter que fazer uma força tarefa gigantesca porque, legalmente, não tem como bloquear o recebimento desse lixo radioativo”, ressaltou a vereadora.
A INB, que planeja remanejar os rejeitos que hoje estão alocado em Interlagos (SP) para os depósitos da unidade em Caldas, afirma que o local é o mais apropriado para receber o lixo radioativo, já que, segundo a empresa, as instalações estariam em perfeitas condições.
Na realidade, o cenário do depósito da INB localizado no Planalto de Poços de Caldas é outro. Em 2017, um relatório feito pelo Tribunal de Contas da União a pedido da Comissão de Minas e Energias da Câmara evidenciou as más condições do local, apontando, inclusive, a deterioração das embalagens de armazenamento.
“E o que faz com que eles escolham o Planalto de Poços de Caldas e não o depósito localizado na cidade de Itu, por exemplo? Dizem ser porque temos a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) que tem estrutura, laboratório e um depósito organizado. Mas sinceramente, se for o depósito que eu conheci, misericórdia. Mesmo se arrumassem tudo seria inadmissível. Vocês já pensaram: Planalto de Poços Caldas, incluindo nossa co-irmã Caldas, depósito final de rejeito nuclear? Isso é horrível para nós, para o turismo, para tudo”, ponderou Dra. Regina sobre o assunto.
No requerimento, a vereadora convida representantes nacionais, estaduais, municipais, ambientalistas e a sociedade constituída para debater sobre o tema a fim de que outra solução seja encontrada para o descarte dos rejeitos, que chegaria à região em 2025, caso o projeto tenha andamento. “Nós temos um tempo para poder lutar por nós no Estado e na União. Quem sabe haja uma união nesse sentido. Porque essa não vai ser uma batalha fácil. Estou extremamente preocupada com isso. Eu acho que a audiência pública tem que estar aqui com todos os representantes para ver o que vamos conseguir”, finaliza.