Dra. Regina Cioffi

Vacinação infantil: precisamos cuidar dos pequenos

O retorno das aulas presenciais é aguardado com ansiedade pela maioria das crianças. Rever os amigos, brincar, aprender e reforçar os vínculos com colegas e professores é parte importante do desenvolvimento infantil e a poucos dias da volta às aulas, um assunto volta a ser relevante no que diz respeito ao cuidado com as nossas crianças: a vacinação.

Desde as primeiras horas de vida os bebês devem receber os primeiros imunizantes e as campanhas de vacinação seguem firmes por diversas fases da infância. E nesse momento que vivemos, a protagonista nos debates é a vacina contra Covid-19, disponibilizada para crianças de 5 a 11 anos.

Em Poços de Caldas, a imunização começou nesta terça (18), exclusivamente na Urca e para crianças com comorbidades comprovadas. As doses são da Pfizer, utilizadas em mais de 20 países com excelentes resultados.

Para o dia da vacinação, os responsáveis devem acompanhar as crianças munidos de comprovante de residência e laudo impresso que comprove a comorbidade, além do CPF ou Cartão do SUS e Carteira de Vacinação.

É possível compreender que os responsáveis fiquem apreensivos nesse momento, mas os fatos que precisam ser considerados demonstram o quanto a vacinação é segura e necessária. Os possíveis efeitos colaterais são muito semelhantes aos de todas as outras vacinas do caderno de vacinação brasileiro.

Um dos maiores receios é de que as reações adversas causem miocardite, uma inflamação no músculo do coração. No entanto, o risco de que a infecção por Covid-19 cause esta inflamação é 16 vezes maior quando comparada à miocardite causada por reação da vacina.

Diante dos números alarmantes registrados no ano passado, com 2,5 mil óbitos de pessoas com menos de 18 anos por infecção de Covid, os benefícios da vacinação são muito mais expressivos do que eventuais reações.

Dados demonstram que nenhuma outra doença para a qual temos vacinas matou tantos jovens e crianças como a Covid e a vacinação é um caminho seguro para mudarmos esse cenário.

Os benefícios são claros e vacinar as crianças significa também dar a elas o direito inegociável à vida. Mas enquanto a politicagem e os ideais políticos particulares ainda interferem na saúde de nossas crianças, fica o registro de um apelo necessário: façamos valer as políticas públicas de saúde para validar o direito da criança de estar protegida de um vírus que mexeu com toda nossa realidade.