Todas as vezes que falamos sobre diversos tipos de câncer, há um ponto em comum nas discussões: a importância do diagnóstico precoce. No final de Janeiro, o jornalista Tiago Leifert e sua esposa, a também jornalista Daiana Garbin, usaram suas redes sociais para contar sobre o diagnóstico da filha Lua, de 1 ano e 3 meses, que faz tratamento contra um retinoblastoma.
No desabafo, os jornalistas explicaram que resolveram compartilhar sua história para que outros pais se conscientizem e consigam ter o diagnóstico precoce, que faz toda diferença no tratamento.
O retinoblastoma é um tumor maligno raro originário das células da retina. Este é o tumor primário mais comum no olho de crianças e geralmente ocorre no início da infância ou em lactentes e atinge crianças até os cinco anos.
Como as crianças são muito pequenas quando os sintomas aparecem e dificilmente demonstram que há algo errado, é preciso que os pais estejam atentos e, principalmente, levem seus filhos ao oftalmologista no primeiro ano de vida, ainda que não percebam os sinais.
O principal sintoma do retinoblastoma chama-se leucocoria, um reflexo branco nos olhos. É fácil perceber em fotos com flash. Nos olhos saudáveis, o reflexo aparece vermelho ou alaranjado, diferente do que acontece quando a criança tem retinoblastoma, que deixa o reflexo esbranquiçado na foto.
Apesar de ser o principal, a leucocoria só aparece quando a doença já está em um estágio mais avançado, que pode levar inclusive à perda do glóbulo ocular. Por isso o ideal é avaliar outros sintomas como estrabismo, vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações e dor ocular.
Mas não é exagero dizer novamente aos pais que procurem um oftalmologista ainda no primeiro ano de vida do bebê. O teste do olhinho, assim como outros que lutamos para serem oferecidos da melhor maneira às nossas crianças, é feito logo após o nascimento do bebê e periodicamente até os cinco anos.
O teste é parte essencial do tão falado diagnóstico precoce e, além do retinoblastoma, pode detectar outras doenças, como catarata e glaucoma congênito, ambos cuja identificação precoce possibilita o tratamento no tempo adequado.
E se após a prevenção for preciso remediar, a boa notícia é que é possível tratar e o SUS oferece esse tratamento de graça a todos. Sabemos que não são poucos os cuidados que precisam ser tomados na primeira infância e este é, com certeza, um dos que não podem ser esquecidos.