Você provavelmente conhece a campanha de novembro azul, feita para conscientização sobre o câncer de próstata. Mas, já sabia que estamos agora no Abril Azul? A cor é a mesma, a importância da campanha também, mas desta vez o assunto é outro: autismo.
Apesar de ser um termo bastante conhecido, nem todo mundo sabe dizer o que é o autismo. Justamente por isso que precisamos falar sobre ele. Para começarmos a tratar do assunto, que tal saber quantos autistas temos no Brasil? Pois bem, isso não é possível. Ainda não temos estudos oficiais sobre a prevalência do autismo no país. Mas antes de tratar disso, o que é o autismo?
Conceitualmente, é uma condição de saúde caracterizada por déficit em duas importantes áreas do desenvolvimento: comunicação social e comportamento. Costuma ser identificado na infância, mas não há um diagnóstico único: existem subtipos que se manifestam de uma maneira diferente em cada pessoa.
Por isso, inclusive, é que o símbolo do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um quebra-cabeça, que denota a diversidade e complexidade desta condição. Há desde pessoas com outras doenças e condições associadas, como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com vida comum, algumas, ainda, que nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico.
Com tantas manifestações diferentes, o diagnóstico de autismo também não é algo preciso, feito com exames laboratoriais ou de imagem, por exemplo. Em geral, os médicos utilizam o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ou a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde – tudo isso com base em relatos dos pais e análise do comportamento.
Os primeiros sinais costumam aparecer logo no início da vida da criança e podem incluir comportamentos como não manter contato visual por mais de 2 segundos, não atender quando chamado pelo nome, não imitar, não se interessar por outras crianças e não brincar de faz de conta, ter interesse restrito ou hiperfoco e hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial, entre muitos outros.
Mas, voltando ao título deste artigo, falar sobre autismo é relevante para todos nós porque por meio do debate é que possível que mais pessoas tenham conhecimento sobre o transtorno, mais famílias saibam procurar um diagnóstico para suas crianças e, o mais importante, para que mais pessoas com transtorno do espectro Autista tenham melhor qualidade de vida.
E como grande parte dos avanços que precisa passar pela criação de políticas públicas – a relação é diretamente proporcional: quanto mais falamos sobre o assunto, mais relevância ele passa a ter. E assim, pesquisas como a de prevalência do autismo que ainda não existem, por exemplo, podem ser criadas e se tornar ferramentas importantes para que saibamos melhor quem são, onde estão e o que podemos fazer pelas pessoas com transtornos do espectro autista.