Nós, que vivemos em Poços de Caldas (MG), já nos acostumamos a abrir a torneira e ter água de qualidade. A coleta de lixo passa periodicamente nas portas de nossas casas e sempre vemos árvores e áreas verdes pelos caminhos cotidianos.
As questões ambientais nos cercam todos os dias, mas provavelmente são poucas as vezes que você para e pensa sobre elas. O saneamento básico, o consumo de água e destino do esgoto, bem como a nossa produção de lixo e o descarte dos resíduos são exemplos que permeiam nossas vidas tanto quanto as comodidades citadas acima e também devem estar sempre nas pautas que discutimos.
Você já ouviu falar no conceito de lixo zero? Ele se preocupa com o destino dos resíduos após o descarte. Consiste no máximo aproveitamento e correto encaminhamento dos resíduos recicláveis e orgânicos e a redução – ou mesmo o fim – do encaminhamento destes materiais para os aterros sanitários e\ou para a incineração.
A tarefa é complexa e dever de todos: da indústria, que produz e projeta os produtos; do comércio, que é ponte para que estes produtos cheguem aos consumidores; é também responsabilidade nossa, a cada escolha do que consumir e também do governo, ao qual cabe harmonizar a responsabilidade de ambos, comunidade e indústria.
Na prática, a nós, fica a responsabilidade para que que pensemos na quantidade de lixo que geramos, em escolhas inteligentes para reduzir as embalagens, reaproveitar ou reciclar tudo o que for possível. O destino de tudo o que fica é de responsabilidade da administração pública e devemos cuidar para que seja feita da maneira correta.
Já o saneamento básico, por exemplo. Como o próprio nome sugere, é a infraestrutura básica para garantir a qualidade de vida, o desenvolvimento social e até econômico da população. O acesso à água potável e ao saneamento básico são, inclusive, entendidos como parte integrante dos direitos humanos pela Assembléia Geral da ONU.
Discuti-lo – e principalmente reivindicá-lo para que seja cumprido o direito de todos – é tão importante porque o contato com esgoto e o consumo de água sem tratamento estão diretamente ligados à alta taxa de mortalidade infantil e a muitas doenças como parasitoses, leptospirose e diarreia, entre outras.
Há pouco mais de um ano, em julho de 2020, o Governo Federal sancionou o Novo Marco Legal do Saneamento Básico cujo principal objetivo é qualificar a prestação de serviço do setor para que, até 2033, 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e a coleta de esgoto. A medida é necessária para reverter o cenário atual, no qual 35 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada e mais de 100 milhões, não contam com serviços de coleta de esgoto.
Para que este objetivo seja de fato alcançado precisamos nos atentar, em esfera local, à esta questão. E para darmos os primeiros passos, nessa sexta-feira (13), o poder executivo de Poços de Caldas recebeu um requerimento de informações sobre a situação do município em relação às pautas prioritárias do saneamento básico.
Gostaria de ter encontrado este post antes. Teria me poupado muito tempo e esforço!