A representatividade feminina no Congresso Nacional é baixíssima: as mulheres ocupam 13% das vagas do Senado e 15% das vagas na Câmara dos Deputados atualmente. São números muito ruins, e já foram ainda piores!
Em uma democracia plena, é necessário que a representatividade das pessoas seja proporcional no governo. Pois bem, sabe qual é a proporção entre mulheres e homens na população brasileira? O número de mulheres no país é superior ao de homens: nossa população é composta por 51,7% de mulheres e 48,3% de homens, segundo dados da PNAD Contínua 2018 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
Se temos um pouco mais do que a metade da população composta por mulheres, como elas podem ocupar apenas 15% das vagas do Senado e 13% das vagas da Câmara dos Deputados? Há uma discrepância evidente aí, uma conta que definitivamente não fecha. E o triste é que nos municípios deste país continental, do Oiapoque ao Chuí, a situação é ainda mais evidente, com números piores!
A mulher é diferente do homem. A política mulher também!
A diferença brutal destas proporções fala por si. Mulheres têm necessidades individualizadas, como, por exemplo, a questão da maternidade. A saúde da mulher é diferenciada. Tem a questão da segurança, do feminicídio, da violência contra a mulher, o sexismo, os baixos salários comparados com os dos homens, enfim, há uma série de questões que precisam ser debatidas e virar políticas públicas voltadas para a qualidade de vida das mulheres. Há o machismo estrutural brasileiro!
Além da necessidade da mulher ser bem representada, não há dúvidas de que sua forma de fazer política, independente de partido ou corrente ideológica, faz toda a diferença e contribui para uma sociedade melhor para todos. A mulher é acolhedora e cuidadora por natureza. A mulher tem a capacidade de olhar para o outro, de se voltar para as pessoas, e isso está na raiz da sua forma de fazer política.
A mulher faz toda a diferença na prática política. E a gente precisa se beneficiar disso, e quando falo a gente falo de todos nós, homens e mulheres, jovens e idosos, adultos, crianças e adolescentes.
Como ter mais representatividade feminina na política?
Antes de tudo, a mulher precisa ter voz. Precisa se impor. Precisa acreditar em si, precisa reconhecer seus direitos, que estes direitos são os mesmos dos homens. É preciso que a própria mulher acredite que sua presença na política brasileira é necessária e natural.
Precisamos de candidatas mulheres, e muitas! Mas não candidatas que preencham cotas de vagas, e sim candidatas de verdade. Que elas mostrem a cara, que briguem pela representatividade feminina, que assumam essa questão.
É possível mudar esse quadro?
Eu não tenho dúvidas de que podemos nos beneficiar muito com a presença e atuação da mulher na política. Há muito trabalho pela frente, e é possível ocupar esse espaço de uma forma digna e construtiva.
Eu fui presidente da Câmara de Vereadores de Poços de Caldas, a primeira mulher da história a ocupar esse cargo, e soube bem como me comportar diante de uma sociedade predominantemente machista. Aprendi a respeitar e a ser respeitada por todos, e jamais abri mão da minha representatividade feminina.
Juntas, faremos a diferença!