Dra. Regina Cioffi

Mulheres na política: a violência que existe e como podemos vencê-la

Um dos grandes propósitos para o ano de 2022 é perseverar na luta pelos direitos das mulheres. Tivemos muitas conquistas no último ano e o que não nos falta são motivos para buscar cada vez mais transformar os cenários em que nós, mulheres, vivemos. Não seria diferente na política.

Um levantamento recente feito pelo Instituto Política de Saia, em parceria com o Projeto Justiceiras, fez um mapeamento da violência política contra mulheres no Brasil e mostrou que mais da metade (51%) das entrevistadas passaram por situações de violência e/ou discriminação sendo eleitoras ou mulheres no exercício de seu mandato. 

Foram divulgados relatos assustadores e preocupantes e o que deixa o sinal de alerta ainda mais forte é o quão próximo o problema está de nós. Infelizmente, experimentei em diversos momentos o pesar de ser desrespeitada na política.

Por vezes, a violência política sofrida pelas mulheres pode parecer sutil, em respostas fora do tom, por exemplo. Pode vir pela internet, quem sabe, mas também acontece na Câmara de Vereadores da nossa cidade. Por vezes – e por diferentes vozes – surgiram gritos que tentaram intimidar e as situações de desrespeito se estenderam até a programas de rádios.

A pesquisa citada, intitulada Políticas de Saia: Mapeando a Violência Política Contra Mulheres, do Instituto Política de Saia, aponta o caminho que acredito, e luto, para seguirmos: aumentar a presença de mulheres na política.

Os dados mostram que 89% das mulheres não se sentem representadas pelos homens, e, ainda assim, continuam elegendo-os para cargos políticos. Isso acontece pelas inúmeras dificuldades impostas às mulheres durante todo o processo político, da violência política à falta de informação básica sobre como se filiar a um partido e como concorrer a um cargo público.

Por aqui, a luta segue caminhando para mudar esse cenário. Com o projeto A Mulher na Política, a intenção é incentivar e capacitar mulheres para que haja cada vez mais a presença feminina na política. Para isso, deve haver a elaboração de palestras, simpósios e uma rede social sobre os meios de participação na atividade política, bem como os procedimentos para filiação em partido político e tratar de outras informações relacionadas ao tema e que podem afastar as mulheres do cenário político. É preciso lamentar e tratar com rigidez os episódios de violência política contra as mulheres que acontecem aqui e em todo Brasil, mas ainda mais importante que o pesar é o empenho em fazer com que cada vez mais nossas mulheres ocupem seus lugares e trabalhemos juntas para romper esse ciclo que nos agride.

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