Dra. Regina Cioffi

Saúde mental na pandemia: como o esporte pode ajudar

Quando o assunto é atividade física, nosso primeiro pensamento é, muito provavelmente, os impactos positivos que ela traz para o corpo. Mas muito além de melhorar o condicionamento físico ou emagrecimento, as atividades físicas são uma ferramenta importante para melhorar também a saúde mental.

Um estudo publicado no periódico científico The Lancet, em outubro e 2021, revelou que a pandemia de Covid-19 provocou um aumento global de pacientes com distúrbios de depressão e ansiedade, com 53 milhões de novos casos de depressão e 76 milhões de ansiedade em 2020.

Para o autor do estudo, o pesquisador Damian Santomauro, da Universidade de Queensland, nos Estados Unidos, os dados revelam a urgência de encontrar caminhos para fortalecimento dos sistemas de saúde mental para absorver a demanda crescente desses casos.

No Brasil, o SUS oferece atendimento psicológico e psiquiátrico para esses pacientes. Com relação a isso, um tópico que deveria estar mais em evidência é a importância do exercício físico associado aos outros tratamentos.

Manter o corpo em movimento ajuda a manter a mente saudável e a prática esportiva é válida para todas as idades. Na adolescência, por exemplo, manter uma rotina de exercícios melhora até o desenvolvimento cognitivo e o desempenho escolar, além de auxiliar no autoconhecimento e a lidar com todas as mudanças que acontecem nessa fase.

Na vida adulta, a atividade física é um excelente meio de reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, além de ajudar a controlar o fluxo de pensamentos depois de dias estressantes e, ainda, ajudar no processo de concentrar-se no presente – algo essencial para controlar a ansiedade.

Para os idosos, manter o corpo ativo significa qualidade de vida muito além do corpo. Manter atividades físicas como caminhadas e alongamentos pode elevar os níveis de atenção, memória, agilidade e no padrão de humor, além de diminuir os riscos de depressão e reduzir a perda cognitiva em pacientes com mal de Alzheimer, por exemplo.

E quem se sente cansado demais para começar a se movimentar, pode despedir-se da preguiça e dar uma chance aos exercícios físicos. É justamente enquanto o corpo se movimenta que o cérebro libera endorfina, o hormônio que aumenta o bem-estar e diminui o estresse. A pessoa fica mais relaxada e tranquila, com mais disposição para o trabalho, inclusive.

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